“Yes, nós temos regras”
Se você trabalha em um coworking, certamente já recebeu informações sobre as regras do local, manual de sobrevivência e/ou guia de boas práticas. Yes, essas são as regras. É bem possível que você também já tenha tomado um pito do dono ou funcionário do espaço por tê-las desobedecido, mesmo que sem querer. – Normal, acontece.
Se você já passou por mais de um espaço de coworking, com certeza percebeu que as regras não são iguais em todos eles. Alguns são mais informais, outros tem regras mais específicas e complexas. O mais comum são normas simples, suficientes para o bom andamento dos trabalhos e conforto de todos dentro do escritório. Coisas do tipo: “lave sua louça”, “não jogue papel no vaso”, bem simples e objetivas. Para quem é de fora, parece bobagem, mas quanta diferença não sentimos no espaço!
O que me leva a refletir sobre o nível de permissividade – se é que isso existe, rs – do escritório. Como já trabalhei em várias empresas, já vivenciei liberdade extrema e também um mar de regrinhas sem sentido, onde até a cor das unhas importava. Acho que a liberdade, por assim dizer, que o espaço te dá normalmente é um reflexo dos donos, do que acreditam (já falei disso aqui) e do que os residentes do espaço colocam como necessário para o dia a dia do local.
Aqui no Clube de Negócios, nós gostamos de pensar que as pessoas que procuram o espaço já sabem conviver em comunidade ou, caso negativo, que tenham bom senso e aprendam a compartilhar depressa. Por isso, criamos algumas regrinhas que parecem bem bobas, mas que têm um efeito incrível!
1 – Não pode ficar pelado. Sim, sei que você deu risada e pensou que parece absurdo, mas dizer que “não pode” faz com que as pessoas reflitam sobre seu modo de vestir.
2 – Não pode bater no amiguinho. Às vezes dá vontade, a gente sabe. Mas é respeitando o espaço do outro que obtemos respeito ao nosso espaço. Não bate no amiguinho, ele não te bate de volta, a vida segue, LINDA!
3 – Não quebre nada de propósito. Em linhas gerais: sem ataques de fúria! Não grite, não jogue as coisas, não espatife sua caneca de café na parede! Isso evita com que as pessoas fiquem assustadas e garante que todo mundo continue te achando normal. E nós ficamos contentes por não precisar limpar café da parede, rs.
4 – Não pode passar mal no tapete. Aqui a gente tem DOIS tapetes que são capachos de porta. Pequenos. “Mas então por que tem essa regra?”, você me pergunta. Bom… Não é tão evidente, mas essa regra serve para que as pessoas compreendam seus limites. E que os respeitem.
5 – Não fale mal da gente, fale mal PARA a gente. A ideia é que as pessoas entendam que um feedback é mais valioso do que uma reclamação. Gostamos de aprender, queremos corrigir nossos erros e melhorar!
6 – Se não avisar que acabou… vamos ficar sem. Parece coisa de mãe brava, eu sei. Mas confie em mim quando digo que nem sempre damos conta de saber que tudo está em ordem durante o dia. Além de deixar o espaço bacana para todos, isso faz com que nossos residentes sejam mais atenciosos para com os demais e também para com o espaço. Acabou o café? A gente repõe, mas você precisa falar para nós que ele não está mais lá. Não tem problema se foi você quem acabou com ele. É até melhor que tenha sido, assim o próximo não passará vontade. Mas já pensou que chato se não tiver? Apostamos que isso também ensina empatia, já que as pessoas começam a se colocar no lugar das outras: “mas e se bem na MINHA VEZ o café tiver acabado e ninguém avisou?”
Para nós, funciona e é suficiente. Mas em alguns lugares, é preciso um pouco mais de objetividade. Por outro lado, mimamos um pouquinho nossos residentes: sempre tem café fresquinho, água quente para o chá, bolachas doces e salgadas e balinhas; não é preciso se preocupar com a louça já que temos a lava-louças; fazemos churrascos periódicos e somos festeiros; quando o pessoal pede, temos serviço de almoço na casa.
Mas o bom senso deve sempre ser observado. Aqui, sabemos que nossos residentes tem. Só que às vezes recebemos visitas. Às vezes o pessoal esquece das coisas. Às vezes tem tanta coisa na cabeça que a gente nem dá conta de pensar no espaço ao nosso redor. Importante lembrar sempre: o espaço é do outro, mas o espaço é seu também. É como a rede, sobre a qual falamos na semana passada: uma via de mão dupla! O que um faz impacta todo o sistema!
Não nego, tem gente que abusa. Mas nada que uma conversa não resolva. Ser comunidade não é fácil, mas quando todos respeitam as regras, é uma delícia.
E você? É dono de coworking e quer que seus residentes saibam de algo? É residente e tem dúvidas? Me escreve: laura@clubedenegocios.biz
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